Lua do Silêncio

Ou lua vazia, ou lua negra. É a lua de todas as possibilidades, de todos os inícios e de todos os fins.

Sou um pequeno algo em busca de algo mais
Na intempestiva forma de ser eu...
Em cada sopro algo mais se acrescenta...uma gota caída num oceano...mas que pela sua composição o transforma...
Anseio chegar ao mais divino de mim mesma...
Serei digna de tal conquista?

Alta é a montanha... A subida perigosa... O voo tem de ser alto, mas gradual...
Passo a passo...degrau a degrau...firmada...em busca do firmamento!

Sinto tanto a tua ausência,
Os dias e os momentos que queria ter partilhado contigo ao longo da minha vida...
Sem ti estou perdida do mundo, perdida de mim mesma, perdida de uma parte de mim!
Quando poderei ter-te comigo, quando poderei realizar o desejo de te reencontrar, realizar o meu sonho?
Olho o mar esperando ver ao fundo o barco que te poderá trazer...
Olho o céu desejando ser pássaro para voar até ti...
Mas o frio das rochas nos meus pés descalços trazem-me de volta à terra...
À minha frente vejo um mar vazio e um céu cheio de nuvens e de aves que nada sabem de nós!
E assim fico à espera que um dia possa tudo ser real, que as histórias do passado percam o véu que as velam, que o céu volte a ser azul, que o mar te traga numa caravela e que eu me torne um ser alado para poder chegar a ti!

Sinto o vento balancear-me...
Acaricia-me a face e os cabelos
Ameniza a dor que corre cá dentro
Esvazia o turbilhão que corre nas minhas veias.

E assim mais leve posso partir
Em busca dos pedaços perdidos nos tempos
Pedaços do que fui, sou e serei...

A busca eterna do céu em mim
Levada pelo éter que corre nas minhas veias
O Sopro de vida que une cada átomo do meu ser!


É preciso perder-se para se reencontrar...
Passar as privações do sofrimento para dar valor à felicidade...
Ainda assim estamos a ser testados constantemente,
Postos à prova em cada passo que damos
Para provar que merecemos as dádivas desse estágio!

E assim caminhamos...
Num dia sabemos onde pomos os pés
Sentimos a firmeza do solo...
Noutros, esse mesmo solo revela-se pura areia movediça.
Ilusão...imaginação...nem tudo é o que aparenta ser...
Mais um passo...mais seguro?
Talvez sim, talvez não? Quem sabe?

Um passo de cada vez...sustentado...
Criando, não raizes, mas bases, conhecimento de causa...
Não voltando a tropeçar no mesmo degrau
Mesmo já estando um passos à frente...

E assim se perde e se (re)encontra
A essência do que somos e para onde vamos...
Nada se perde...Nada se cria...
Tudo se (re) formula, tudo se (re) encontra...


Para além do Universo luminoso,
Cheio de formas, de rumor, de lida,
De forças, de desejos e de vida,
Abre-se como um vácuo tenebroso.

A onda desse mar tumultuoso
Vem ali expirar, esmaecida...
Numa imobilidade indefinida
Termina ali o ser, inerte, ocioso...

E quando o pensamento, assim absorto,
Emerge a custo desse mundo morto
E torna a olhar as coisas naturais,

À bela luz da vida, ampla, infinita,
Só vê com tédio, em tudo quanto fita,
A ilusão e o vazio universais.


Soneto de Antero de Quental

Who am I?

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Desde cedo, começou por explorar práticas espirituais que a ligam directamente à Natureza, aos ciclos da Terra e ao Sagrado Feminino. Apaixonada por todas as formas de expressão criativa, começou o seu trajecto na escrita criativa, artes plásticas, desenho e pintura. Criou e participou em diversos blogs de escrita poética, investigação e espiritualidade. Desenvolveu a sua formação académica na área da Comunicação e participou em várias formações de Dança Contemporânea, Consciência Corporal, Teatro, Escrita Criativa e Artes Plásticas. Actualmente estuda Movimento Oriental. Em 2007 foi a fundadora do conceito ArtingLuna, através do qual expressa a sua linha de artesanato, em acessórios de tecido, incensos rituais, cabazes gourmet, entre outros. O conceito ArtingLuna é também a base pela qual tem desenvolvido a conexão terapêutica da Arte com a Espiritualidade, através de vários ateliers, workshops, encontros e círculos.

Um história para todos...

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