Tanto que já sofrestes, tanto que padeceste até encontrares o Caminho
Quando o encontraste, mais sofrimento tiveste de enfrentar
Ainda assim continuaste...
Passaste por tantas provas, ainda assim o caminho nunca terminou...
Naquele pequeno pedaço que percorreste até ao céu
Apenas recolheste instrumentos, aprendizagens
Para prosseguires esse caminho quando voltaste.
O teu Amor te levou alto
Te levou ao teu interior
Te levou à tua força
Te levou onde te esforçaste para chegar!
Sobe Sobe Senhora da Montanha
Sobe com teu Amor
Não há dor que te pare
E quando tiveres de parar
Recolhe-te em ti mesma
Renasce e volta, traz aquilo que precisas para continuar!
Ouçam o crepitar a surgir da vossa pele...
A toda a velocidade dá vida,
Dá luz, dá calor.
Sem tempo nem espaço concretos
Ele anima!
Controla esse Fogo que te anima
Não deixes que a água da emoção o apague
Tempera-o com o vento
Perfuma-o com a terra!
Pelo fogo agora escreve
As respostas que surgem
Do mais obscuro recanto,
Enfrenta os medos
Queima-os com as achas da vontade!
Escreve com o fogo a cada dia e liberta-te!
Oh Fogo da Transformação
Que fazes cair as Torres mais firmes
E fazes renascer das cinzas
A Morte mais sofrida!
Oh Fogo, alento dos deuses
Dá-nos força de espírito
Para destruir o supérfluo
E animar a insaciável fome de evolução.
Living between worlds
One seems too real to be a dream
The other one is like a dream, but these feelings are so real.
Am I a world's traveler?
Can we drop this life one day
Leaving to another way
With another body
Not in a enchanted world, just a magic and happy world?
Anywhere,
Where time stoped!
I think I found this world yet,
But I don't want to left there just half of me.
Utopia, dream...
Maybe...
I'm tired, I don't want to fight anymore
I drop here my guns
Come with me to this timeless and spaceless world
A magic place where we've met before,
Can you remeber?
We don't run away
We'll just leave our bodys, punished by suffering
We'll free our souls from the chains of this cruel reality.
Sweet Freedom,
Dawn of a new day
Two Souls halfway
to Neverland.
Parei, pensei, senti saudades...
Saudades do quê?
De uma parte de mim que parece ter sido posta de lado para me colar à terra como uma lapa se cola a uma rocha!
Senti falta de acender uma vela...
Sem qualquer motivo, só porque me sinto bem com uma vela acesa no meu quarto, sempre fui assim.
Porque a sua luz me faz sentir em casa, me faz sentir aconchegada. Perco-me nos meus sonhos ao ver a dança da sua chama!
Senti falta de perfumar o quarto com incenso...
Jasmim, o meu preferido!
Ver o rodopiar do seu fumo, sentir o seu aroma e viajar para o meu mundo, lá longe...
Senti falta do meu chá, que me acompanha antes de dormir...
Limão e gengibre com mel.
Como um doce abraço, que aquece e embala.
Sonho bebê-lo no alpendre da minha casa de madeira, num final de tarde...
O perfume das flores e dar ervas do meu jardim.
Como me posso esquecer destas pequenas coisas que me definem e me completam?
Pequenas coisas que me fazem sentir viva, sentir quem sou!
Não precisamos de grandes coisas e grandes objectos para nos afirmarmos no mundo, se tivermos momentos que nos afirmam e relembram quem somos, de onde viemos e nos ajudam a perceber para onde queremos ir!
Quando somos crianças criamos herois, expectativas que o tempo e a dureza do mundo se encarregam de destruir... a pureza e ingenuidade de uma criança são brutalmente desfeitas em pedacinhos...quando adultos vemos essas mesmas "fantasias" serem restituidas, ou parecerem querer ser reconstruidas, hesitamos, mas com a sede de voltar a sonhar como uma criança, aceitamos cada uma delas e até mais...
Quão duro é voltar de novo à realidade brutal do mundo...
Quão duro é recebermos um pontapé e sermos obrigados a pensar: Cresce!
Mas porque temos de crescer pela dor?
Como conseguimos crescer para além daquilo que nos parecer ser possivel?
Se consigo? Talvez...mas com que forças?
Hoje quero dançar ao Universo
Agradecer as suas dádivas e as suas provas.
A todas elas devo a vida
A todas devo quem sou
E o que ainda poderei vir a ser.
Agradeço à Grande Mãe
Como pequena filha que sou
Cada dia e cada noite
Cada nuvem e cada estrela.
Pelo Amor Universal.
Agradeço também ao Grande Pai
Pois sem equilíbrio nada somos.
Agradeço a ele a vontade e a firmeza
As provas, as vitórias e derrotas.
Só por hoje
Não me preocupo
Não critico
...
Só por hoje...
Por cada dia
respiro e vivo
Mais um dia!
E hoje, como em cada dia
Dou um passo na minha missão
Para com o mundo e comigo mesma.
E amanhã
Será um dia
Como outros
Para crescer.
Mãe-Negra
Prelúdio
Pela estrada desce a noite
Mãe-Negra, desce com ela ...
Nem buganvílias vermelhas,
nem vestidinhos de folhos,
nem brincadeiras de guisos,
nas suas mãos apertadas.
Só duas lágrimas grossas,
em duas faces cansadas.
Mãe-Negra tem voz de vento,
voz de silêncio batendo
nas folhas do cajueiro ...
Tem voz de noite, descendo,
de mansinho, pela estrada ...
Que é feito desses meninos
que gostava de embalar? ...
Que é feito desses meninos
que ela ajudou a criar? ...
Quem ouve agora as histórias
que costumava contar? ...
Mãe-Negra não sabe nada ...
Mas ai de quem sabe tudo,
como eu sei tudo
Mãe-Negra! ...
Os teus meninos cresceram,
e esqueceram as histórias
que costumavas contar ...
Muitos partiram p'ra longe,
quem sabe se hão-de voltar! ...
Só tu ficaste esperando,
mãos cruzadas no regaço,
bem quieta bem calada.
É a tua a voz deste vento,
desta saudade descendo,
de mansinho pela estrada.
(Alda Lara, 1951)
Quero dar tudo, sem nada receber. Quero crescer, quero sentir-me segura, quero sentir o peito a queimar nesta suave brisa, não quero que se apague, não a consigo deixar apagar!
Quero sentir-me novamente pequenina, sendo grande. Quero viver, quero respirar, quero sentir tudo!
Não quero perder nada, querendo perder tudo o que seja profano e efémero! Quero estar no infinito do absoluto e tê-lo nas minhas mãos, estando eu numa das suas células! Quero o impossível!
Quero o sonho e a realidade! Quero abrir-me e fechar-me tal "boas-noites"! Quero ser noite e ser dia! Quero ser Lua e Sol!
Já nada me chega! Quero ser água, ar, terra, fogo, éter! Quero ser alma e espírito! Tudo me parece distante estando a milímetros do meu toque!
Quero ser espada e báculo! Quero ser Tradição e Futuro!
E sou simplesmeste eu, como quero ser, tendo tudo aos meus pés, para palmilhar e conquistar!
Não sou aventureira, nem conquistadora! Sou só eu mesma...mas o meu mundo já não me chega! Quero mais, muito mais!
E tu?
Parece duro e injusto depois de tanto tempo
Ver-me entre a dor de uma escolha que não é a minha
E a volta ao meu mundo, isolado de tudo!
Ainda não me deixei apanhar por ele
Mas a cada hora a sua voz me parece mais aconchegante!
Não quero, custou muito chegar aqui
Parece que me dá um impulso para trás
E não para a frente
Para onde realmente quero ir!
Quanto mais tempo aguentarei esta angústia
Esta dor camuflada de alegria efémera!
Quero fugir para uma terceira alternativa
Mas não a encontro pois algo se fechou
Um coração fiel a um só sentimento...
Não há fuga possível à dor...
Quero fechar-me em mim mesma
Talvez assim consiga descobrir os segredos de mim
Que desconheço...
Ou talvez não!
Cada passo é doloroso...
Ainda sonho com as situações perfeitas
Com pessoas perfeitas
Num mundo perfeito!
Uma Utopia
Na qual não consigo deixar de acreditar!
A Utopia que queria trazer para o meu mundo...
Mas o meu mundo não tem pessoas...
Uma fuga...
Sem saída!
Quando algo forte nos transforma
Quando algo nos faz ir ao fundo
Para perceber o que é estar bem
Quando algo precisa de ser mudado
Estacamos...
Ficamos sem reacção...
Por vezes o que queremos não interessa
Pois só queremos a felicidade dos outros
Ou talvez seja a nossa também...
Por vezes o que interessa é deixar-se levar
Às últimas instâncias
Para mais uma vez aprender pela dor...
Pulsante
Sente o coração desta Terra
Respira
Sente o ar nos seus pulmões
Sim, ela vive como nós!
A Terra também ri e também chora
A Terra também sofre e evolui
E nós como seus átomos
Rimos, choramos, sofremos
E evoluimos com ela.
Os nossos dias são as suas horas
Os nossos espaços são o seu corpo
Os nossos erros são as suas dores
A nossa Felicidade a sua Luz.
Poluimos o seu sangue
Cortamos os seus braços
Ferimos o seu corpo
E mesmo assim
Compassiva...
Esta mesma Terra nos mantém vivos.
Alma do Mundo
Mãe Paciente
Que abraça os seus Filhos
Que ensina e aprende
Que tudo dá e pouco recebe.
Alma do Mundo
Chama da vida
Que alimenta cada particula
Que ilumina cada célula
Que veio do Mundo Celeste
E a Ele há-de voltar!
Noites de Inverno:
A força do vento
O frio da neve
Ou o crepitar da chuva.
A terra seca
A aguardar as sementes
A aguardar o Sol da Primavera!
Nuvens negras nos nossos ombros
Chuva pesada nos nossos pés
Nevoeiro cerrado
Cega os nossos olhos,
Mas cegará o coração?
Estas noites que parecem eternidades
Este gelo que fere a alma
Alma de pássaro
Que sobrevive bem resguardada
Num esconderijo aquecido
Pelo fogo do espírito.
Espírito que luta
Contra cada camada de neve
Contra rajada de vento
Contra cada Tempestade
Que resiste aos Trovões
Da vida enfurecida.
E a Senhora do Inverno
Continua guardando a sua alma
Aquecendo-a com o seu coração
Guardando cada gesto de beleza
De carinho, de amor
Para não o deixar extinguir-se.
E assim, alma, coração e espírito
Lutam em conjunto
Até à sua Primavera
Que um dia, nesta Eternidade
Há-de chegar...
Não consigo perceber o que me prende a ti
Quero libertar estas amarras
Seguir um caminho
Qualquer caminho
Será que quero?
Se quisesse não o teria já feito?
Talvez falte isso mesmo
A vontade
Tudo é tão forte
Não tenho como resistir
E quando tento resistir
Mais forte é a vontade.
Nesta trilha continuo a entregar-me
Porque não me faz sentido não o fazer
Porque não sou uma desistente
Sou uma persistente
Resistente à dor
Quando algo me inspira
Quando algo me guia.
Na verdade talvez exista mesmo algo que me prende
Talvez saiba o que é
Talvez não o queira ver
Talvez...
Talvez...
Tudo é uma incógnita até o querermos ver!
É tão dificil ser eu!
Mas quem mais o poderia ser?
Alguém entenderia tal fardo
Ou semelhante honra?
Mas que honra, que fardo?
Tudo se resume a uma Missão
A uma consciência...
O caminho?
Conhecer-me, conhecer o abc do Universo!
A Missão?
Quem sabe?
Uma parte de mim conhece-a
Mas não a desvela
Pois essa parte de mim
É-me ainda velada!
Uma parte tão divina
Que esta mente profanada
Não consegue integrar ainda!
Os véus de Isis...
Presa nas teias da Matéria
Esta Mente e este Coração
Lutam pela ascenção
Pela Sublimação
Pela transformação
Para não serem mais escravos
Das Mayas da Natureza
Dessa Mãe, Mãe-Terra
Mater-Rhea
Mas sim parte integrante dela
Espírito e Matéria
Como UM só
Neste mundo de controvérsia.
Uma luta sem tréguas
Prova atrás de prova
Olhos e Ouvidos Alerta
Nesta ponte
Para não cair
No mar do desespero
Ou na cegueira da ambição.
Força, sobriedade, vontade, amor e aprendizagem
São as linhas mestras
Desta ascenção da Alma a SI.
Que esta Mente e este Coração
Nunca ceguem ou desesperem
Que a chama da Vontade
Se mantenha acesa
Que o Poder do Amor dê luz a este trilho
Que possa criar em mim e no Mundo
Uma pequena luz do Futuro da Evolução!
Talvez seja esta a Revelação
De uma Missão (velada) a cumprir!